Entender a etiologia das más oclusões e os fatores etiológicos envolvidos é importante para definirmos o prognóstico em relação ao tratamento, de maneira geral alguns fatores originários da má oclusão podem ser removidos, facilitando o tratamento, enquanto outros estarão sempre presentes, ou seja, a má oclusão é tratada, mas a origem da mesma continua existindo.
- Classificação dos fatores etiológicos da má oclusão.
- Quando devo me preocupar com o fator etiológico?
- O crescimento como fator etiológico
Classificação dos fatores etiológicos da má oclusão
De acordo com Graber, os fatores etiológicos da maloclusão podem ser divididos em:
- Fatores intrínsecos – aqueles que estão relacionados à formação do indivíduo (genéticos);
- Fatores extrínsecos – aqueles gerados pelo meio ambiente (ex: hábitos de sucção deletérios).
O que isso quer nos dizer?
Quando se faz ortodontia interceptativa, se a má oclusão estiver estabelecida sob muita influência de fatores extrínsecos (ambientais) o tratamento tende a ser mais tranquilo e o prognóstico é melhor. Porém, se a má oclusão estiver relacionada a fatores etiológicos intrínsecos (de origem genética), o tratamento será mais difícil e o sucesso pode ser temporário, apresentando um prognóstico mais sombrio.
Quando devo me preocupar com o fator etiológico?
Claro que a partir do momento que a má oclusão está sendo instalada, é importante definirmos o fator etiológico envolvido. O que gerou o problema? Por que essa má oclusão foi instalada? Somente assim o profissional poderá definir o prognóstico em longo prazo. Contudo, os fatores etiológico considerados intrínsecos normalmente envolvem tratamentos mais complexos ou até mesmo cirúrgicos, já que a origem do problema não pode ser alterada facilmente.
Fatores etiológico como: hábitos bucais deletérios, diastemas, perda precoce de dentes decíduos, irrupção ectópica, alterações de tamanho ou forma do dente, como regra geral, são fatores etiológicos que pode ser removidos, implicando em melhor prognóstico para o tratamento.
Contudo, fatores etiológicos como, deficiência de crescimento da maxila ou mandíbula, fendas labiais ou palatinas, agenesias, supranumerários são fatores etiológicos considerados intrínsecos, ou seja, o prognóstico de tratamento normalmente é duvidoso.
O crescimento como fator etiológico
Alterações de crescimento pode contribuir de forma significativa para a instalação da má oclusão.
Por exemplo, pacientes que apresentam deficiência no crescimento ântero-posterior da maxila ou excesso de crescimento mandibular comumente desenvolvem má oclusão de Classe III esquelética, enquanto pacientes que apresentam deficiência no crescimento mandibular ou excesso de crescimento maxilar comumente desenvolvem má oclusão de Classe II.
Alterações no crescimento crânio-facial também podem implicar em problemas verticais complexos como mordida aberta anterior esquelética ou mesmo sobremordida exagerada.
Isso torna o prognóstico do tratamento sombrio, pois mesmo que o tratamento seja realizado precocemente o crescimento ainda estará alterado ao final do tratamento interceptivo. São casos em que o paciente precisa ser tratado em mais de uma fase, normalmente uma durante o crescimento e uma outra após o surto de crescimento puberal, sendo que o tratamento cirúrgico ainda pode ser necessário.
O que precisamos entender nesses casos é que há situações que as alterações de crescimento são pequenas, tornando o prognóstico melhor, enquanto outras somente o tratamento cirúrgico resolverá a má oclusão.
Entender a origem dos problemas oclusais é o primeiro passo para quem quer tratar as más oclusões pois somente assim o profissional será capaz de intervir na origem do problema ou ao menos entender as limitações do tratamento proposto.
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Texto redigido por Juliana P. Andriani e Natália dos Santos.
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