A cárie ainda é uma doença muito prevalente em todo o mundo. Quando detectamos uma lesão cariosa, o tratamento deve abranger além da lesão, a doença. Dessa forma, através do reforço dos métodos preventivos, a chance de novas lesões cariosas se desenvolverem diminuem e, a saúde bucal é reestabelecida. Ao realizar o diagnóstico da lesão, é importante distinguir se ela está ativa ou inativa, pois isso influenciará na decisão ou não do tratamento, e, de qual conduta deverá ser seguida. Além disso, deve-se considerar o nível de progressão da lesão, avaliando se ela está cavitada ou não. Vamos estudar um pouco sobre cada uma delas?
- Diagnóstico de cárie ativa sem cavitação
- Diagnóstico de cárie inativa sem cavitação
- Diagnóstico de cárie ativa com cavitação
- Diagnóstico de cárie inativa com cavitação
Antes de estabelecer o diagnóstico, é essencial a realização de uma profilaxia para remoção do biofilme aderido ao esmalte e uma boa iluminação que possibilite o exame de todas as faces dos dentes. Em conjunto, manter os dentes secos utilizando jatos de ar, proporcionará um exame clínico de qualidade.
Diagnóstico de cárie ativa sem cavitação
Os primeiros sinais clínicos da doença podem ser detectados quando há perda mineral, manifestando um aspecto esbranquiçado e poroso ao esmalte. Quando percebemos essa característica, e a lesão não apresenta cavidade, ela está em esmalte.
Ao exame clínico, quando a mancha estiver branca, opaca e sem brilho, há indícios de que a lesão está ativa. Para confirmar, deslize a sonda exploradora, com ponta romba, da região de esmalte hígido em direção à área da lesão. Caso a lesão esteja rugosa, o diagnóstico é de lesão de cárie ativa em esmalte e ela está em progressão.
Quando a lesão é identificada nesse estágio, o prognóstico é favorável. Para revertê-la de ativa para inativa, o paciente deve ser orientado sobre como melhorar os hábitos de higiene oral, e também intervir na dieta, controlando o consumo de açúcar. Além disso, dependendo de outros fatores como quando não há destreza manual da criança, a área da lesão é de difícil higienização ou o paciente não é colaborador, o cirurgião dentista pode utilizar produtos que paralisem ou diminuam a perda mineral.
Diagnóstico de cárie inativa sem cavitação
Ao exame clínico, quando ainda observar uma mancha branca, porém lisa e com brilho, é característico de que a lesão esteja inativa. Isso é confirmado quando ao deslizar a sonda exploradora, de ponta romba, da região de esmalte hígido em direção à área da lesão, não houver porosidade. Nesse caso, o diagnóstico é de lesão de cárie inativa em esmalte.
Esse diagnóstico indica que o seu tratamento de prevenção está dando certo!
Diagnóstico de cárie ativa com cavitação
O primeiro passo para esse diagnóstico é encontrar a cavidade. Quando a lesão estiver nesse estágio, sabemos que ela está em dentina. Isso é um alerta, já que nesse tecido a progressão da cárie ocorre de forma mais rápida.
Ao exame clínico, quando a cavidade apresentar cor amarelada, umidade, aspecto de tecido amolecido, e, ao deslizar um instrumento cortante o tecido se destacar facilmente, essa lesão está ativa e em progressão. Outra característica indicativa será a porosidade e cor branca do esmalte que está ao redor da cavidade. Nesse caso, o diagnóstico é lesão de cárie ativa em dentina.
Lesões cariosas ativas com cavidade necessitam de um tratamento operatório localizado. Além disso, é importante a orientação para o paciente sobre como melhorar a higiene nessa região e sobre o controle da ingestão de açúcar. Há a possibilidade de tornar essa lesão inativa, porém deve-se ressaltar que quando a cavidade já está formada, ela serve como um nicho para o acúmulo de biofilme, dificultando a escovação e paralisação da lesão.
Diagnóstico de cárie inativa com cavitação
Quando no exame clínico observar uma lesão cavitada, mas a dentina presente estiver escura, seca, brilhante, e ao deslizar um instrumento cortante ela estiver resistente, o diagnóstico é de lesão de cárie inativa em dentina.
Nesses casos, a atividade de cárie se mostra controlada no paciente. Da mesma forma, é importante que seja feito o acompanhamento do paciente e o reforço das medidas preventivas, pois quando o acesso à cavidade for difícil, essa lesão ainda pode progredir.
Agora que você já sabe diferenciar as lesões de cárie em ativas ou inativas, que tal praticar o diagnóstico?
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Por Natália dos Santos.
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