O celular quebrou meu dente? O que a literatura nos diz...
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Odontopediatria

A origem dos traumas dentais é de uma variabilidade imensa. Ouvimos relatos como: “caiu na piscina”, “no futebol”, “bateu a boca na cabeça do amigo”, etc. Muitas histórias de criança, que algumas vezes terminam em lesões dentárias traumáticas. Recentemente, com o uso dos celulares, uma nova origem do trauma dental está sendo relatada, a queda inadvertida na face durante o seu uso. Quem nunca viu ou vivenciou esta cena? E aquela pergunta sempre nos vem à cabeça: será que o celular quebrou meu dente?

Isso foi tema recente de um artigo publicado em uma das mais importantes revistas de trauma dental, a Dental Traumatology. O objetivo deste estudo foi destacar esse fenômeno como um fator etiológico emergente para lesões dentárias e faciais em crianças.

O uso de telefones na posição de supina, com os braços elevados, pode levar ao escorregamento e queda livre dos celulares no rosto, causando lesões trauma dental e facial. Isso é muito mais evidente quando as crianças estão jogando, a interação pode levar ao desequilíbrio, principalmente por crianças menores.

Geralmente os traumas ocasionados pelos celulares, são na grande maioria, as contusões labiais, que levam a dor, edema e hematoma. Os traumas dentais mais percebidos em dentes decíduos são as luxações; em dentes permanentes, vê-se em sua maioria concussões ou subluxações, especialmente quando o impacto é diretamente sobre o dente.  Neste trabalho, em um período de 3 meses, foram registrados 10 casos de trauma facial/dental devido ao uso do celular.

Uma mudança importante no estilo de vida tem sido com relação ao sono, os celulares estão se transformando em “chupetas modernas” e geralmente são ofertados às crianças com intuito errôneo de acalmar, antes de dormir.

Este uso crescente de celular, cada vez mais por crianças pequenas, nos faz orientar também com relação trauma dental. Obviamente que o uso de celular antes de dormir, por exemplo, tem outros riscos já identificados, muito além do trauma, mas isso não é a discussão de hoje!

Com esta nova casualística, devemos chamar a atenção dos responsáveis para que mais esta medida de segurança seja tomada com relação ao uso de celulares por crianças, principalmente antes de dormir. Afinal, ninguém quer dizer que o celular quebrou o dente por acidente, certo?

Referências: TEWARI N, MATHUR VP. Smart Phones: a new risk factor for traumatic dental and facial injuries in children? Dent Traumatol. Augus. 2019. doi: 10.1111/edt.12507.

Por Carla Pereira.

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Carla Pereira

Graduada em Odontologia pela UFSC em 2009
Especialista em Odontopediatria - PUC/PR, 2011
Habilitação em Sedação Consciente com Óxido Nitroso, 2011
Mestre em Odontologia / Área de Concentração Odontopediatria - UFSC/SC, 2015
Clínica Privada em Curitiba/PR desde 2009.
Presidente da ABOPED, Regional Santa Catarina 2017/2019.
Professora e Coordenadora do Curso de Especialização e Atualização em Odontopediatria desde 2015
IAPD Membro do board 2019/21, 2021/23, 2023/25 - Membership Committee
Idealizadora da CAIXA GUIA - Odontopediatria, 2015
Clinical Adviser NuSmile no Brasil, desde 2019
Co-Fundadora e Diretora Acadêmica da Academia da Odontologia, 2020
Professora e Coordenadora do Curso de Especialização e Atualização em Odontopediatria - Caxias do Sul/RS desde 2022
Idealizadora do Estabilize, 2023
Fundadora, Membro e Secretária Financeira da SOBRASO

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